Por que há um "povo escolhido" de Deus?

Pergunta: "A Bíblia parece afirmar muitas vezes que os judeus (o povo de Israel) são o povo escolhido de Deus, sendo especiais para Ele. Não entendo por que, afinal, era necessário existir um ‘povo escolhido’."

Resposta: Trazer o Messias ao mundo foi uma das razões para a existência de um "povo escolhido". O Messias tinha de vir através de uma linha de descendência especial – Ele não poderia ser membro de todas as raças. Um grupo específico de pessoas tinha de ser escolhido por Deus, mantido isolado e identificável, para cumprir as profecias referentes à vinda do Messias, em primeiro lugar para este povo, como também sobre Sua rejeição por parte dele. Foram dadas numerosas profecias a respeito, de modo que não houvesse dúvidas sobre a identidade do Messias e Sua missão.
Outra razão para a existência de um "povo escolhido", foi que Deus necessitava de um povo especial através do qual pudesse revelar-se e mostrar o relacionamento que queria ter com todas as nações. Sim, Ele queria abençoar todas as nações, mas para fazê-lo teve de começar com um povo em particular.

Os judeus também foram escolhidos para receber e preservar as leis de Deus. Eles foram escolhidos para serem um povo santo, um exemplo tanto da disciplina quanto da graça de Deus. Através da sua história de contínua rebelião e da paciência de Deus com eles, os judeus forneceram a garantia de que o Senhor não renega Suas promessas e que Ele é infinito em graça e misericórdia.

Mais uma razão para a escolha de um povo por parte de Deus foi provar Sua existência ao mundo através das afirmações dos Seus profetas, que predisseram exatamente o que aconteceria, com séculos e milênios de antecedência. Analisamos esse aspecto com detalhes, tanto bíblica quanto historicamente, em diversos livros (por exemplo, "O Valor da Profecia", "A Mulher Montada na Besta" e "Jerusalém – Um Cálice de Tontear").

Em resumo: Deus prometeu ao povo de Israel a terra de Canaã; quando o trouxe a essa terra, Ele o advertiu de que seria expulso e espalhado por todo o mundo se fosse desobediente. Os israelitas seriam odiados, perseguidos e mortos como nenhum outro povo (o anti-semitismo é um fenômeno sem paralelo na história), mas Deus não permitiria que eles fossem totalmente destruídos. Após aclamar o Messias quando entrasse em Jerusalém montado num jumento, trazendo a salvação, Israel O rejeitaria. Ele seria crucificado e Jerusalém e o templo seriam novamente destruídos, enquanto os judeus seriam espalhados por todas as nações na diáspora (dispersão) final. Apesar disso, eles seriam maravilhosamente preservados como um grupo étnico identificável e seriam trazidos de volta à sua terra nos tempos finais. Nessa época, como Deus predisse há 2.500 anos, Ele faria de Jerusalém "um cálice de tontear" (Zc 12.2) e uma "pedra pesada" (Zc 12.3) para todos os povos. Jesus predisse que, "até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles" (Lc 21.24).

Vimos em nossa época, exatamente como foi profetizado: a restauração de Israel como nação em sua própria terra (na verdade, até agora, apenas uma pequena parte dela); a determinação do mundo em não deixar Israel ter soberania sobre Jerusalém; os repetidos ataques dos seus vizinhos muçulmanos e o triunfo de Israel a cada guerra, através da preservação por parte de Deus. Atualmente, Jerusalém (e, em especial, o Monte do Templo) é uma "pedra pesada" para todas as nações do mundo, conforme vemos constantemente nos noticiários. A Bíblia conta como isso terminará, mas o mundo não quer acreditar nela e submeter-se ao plano de Deus.

Nenhuma dessas provas teria sido possível sem que houvesse um "povo escolhido". As Escrituras contêm muito mais detalhes e informações a respeito, que não podemos analisar aqui por falta de espaço. Sugiro que você leia os livros que temos publicado a respeito. (Dave Hunt – TBC - http://www.beth-shalom.com.br)